As mudanças climáticas, a perda da biodiversidade e a degradação de solos agrícolas no mundo todo têm apontado para a necessidade de adotar novas práticas para a produção de alimentos. Em um cenário global que impacta negativamente a produtividade, a renda e os recursos naturais, a agricultura regenerativa é um importante caminho a ser seguido pelos produtores agrícolas.
O que é agricultura regenerativa?
A expressão “agricultura regenerativa” foi criada pelo norte-americano Robert Rodale, pioneiro nesse movimento, que utilizou teorias de hierarquia ecológica para estudar os processos de regeneração nos sistemas agrícolas ao longo do tempo.
Basicamente, o termo propõe a possibilidade e necessidade de produzir ao mesmo tempo em que promove a recuperação do solo. O grande objetivo é atingir a regeneração e manutenção de todo o sistema de produção alimentar, incluindo as comunidades rurais e os consumidores.
Para isso, a abordagem holística da agricultura regenerativa baseia-se nos princípios da agricultura orgânica combinados com práticas de saúde do solo e gestão da terra que imitam a natureza. Além dos aspectos econômicos, também é preciso considerar as questões ecológicas, éticas e de igualdade social.
Agricultura regenerativa: além da sustentabilidade
A sustentabilidade visa o consumo responsável de recursos naturais, procurando atingir a manutenção de um determinado estado. No entanto, com cenários que já foram significativamente alterados pelas atividades humanas, a agricultura regenerativa vai além.
A regeneração descreve a ideia de repor o que foi explorado de maneira prejudicial e reconstruir o que foi danificado. Ou seja, enquanto a sustentabilidade visa frear o impacto negativo, a agricultura regenerativa visa criar um impacto positivo sobre as ações prejudiciais realizadas ao longo do tempo.
Como exemplo, podemos citar o tratamento das duas abordagens em relação ao solo. Enquanto a abordagem sustentável para o manejo do solo teria como objetivo manter um estado estacionário sem danos comprometedores ao meio ambiente, a abordagem regenerativa visa corrigir e reativar a saúde do solo.
Por que adotar a agricultura regenerativa?
Estudos apontam que a necessidade de proteção e regeneração do meio ambiente é uma necessidade mais do que urgente. Se nada for feito, em um futuro não muito distante será impossível alimentar o mundo, manter o aquecimento global abaixo de 2 graus Celsius ou interromper o colapso da biodiversidade.
A agricultura é um dos principais setores que contribuem para os impactos negativos no meio ambiente. Veja alguns dados que mostram por quê a agricultura regenerativa deve ser adotada:
- O setor agrícola é responsável por 25% das emissões globais de gases do efeito estufa;
- O uso de pesticidas contribui em 70% para a perda da biodiversidade global;
- Um terço dos solos no mundo já está degradado;
- No Brasil, mais de 130 milhões de hectares estão degradados;
- Pelo menos 8 milhões de hectares de floresta tropical são desmatados anualmente para cultivo de grãos e pecuária.
Práticas para adotar em sua propriedade
As práticas da agricultura regenerativa podem contribuir para reverter as mudanças climáticas e produzir alimentos mais saudáveis. Além disso, um dos grandes benefícios é o sequestro de carbono da atmosfera a uma taxa de cerca de uma tonelada de gás para cada hectare plantado.
Para contribuir com a agricultura regenerativa, é preciso observar os 5 elementos centrais propostos por esse tipo de agricultura: solo, água, biodiversidade, carbono e desenvolvimento socioeconômico. Algumas ações para colocá-la em prática são:
- Rotação de culturas e técnicas para construção de solos férteis e saudáveis;
- Aumentar a infiltração e retenção de água no solo;
- Utilizar espécies-chave para controle natural de pragas e doenças;
- Cultivar espécies-serviço que possuem uma taxa fotossintética alta e crescimento rápido.
- Pastagem de gado, que estimula naturalmente o crescimento das plantas;
- Diminuição do uso de pesticidas e fertilizantes químicos;
- Produzir alimentos consorciados que possam garantir segurança alimentar;
- Promover o bem-estar animal e práticas justas de trabalho para os produtores.
Como os organominerais podem contribuir com a agricultura regenerativa?
O cuidado com o solo é um aspecto importante da agricultura regenerativa. Nesse sentido, os organominerais são grandes aliados para recuperar solos empobrecidos e aumentar a fertilidade, a ação de microrganismos benéficos e a absorção de água, dentre outros benefícios.
Os organominerais são elaborados com matéria orgânica selecionada, capaz de enriquecer o solo e beneficiar a cultura com microrganismos. Por sua vez, os microrganismos são responsáveis por promover um ciclo de simbiose e disponibilizar os nutrientes que já estão no solo para as plantas.
Assim, em solos agrícolas erodidos, os organominerais ajudam a recolocar o teor em nutrientes, que vão auxiliar o seu processo de regeneração. Além disso, os organominerais também contribuem para melhorar o sistema radicular e, ao manter uma raiz viva no solo o tempo todo, como prevê a agricultura regenerativa, ajuda a fazer o ciclo de nutrientes sem retirar o carbono armazenado.
De maneira geral, os fertilizantes organominerais enriquecem o solo, permitindo a recuperação de solos empobrecidos e garantindo o bom uso deles para as atividades agrícolas. Outros benefícios para a recuperação do solo incluem:
- Elevação da capacidade de retenção de água, melhorando tanto a fertilidade do solo quanto suas propriedades físicas;
- Redução da densidade aparente do solo, assim como aumento da porosidade total do solo;
- Formação de agregados capazes de reduzir a erosão e de aumentar a capacidade de absorção do solo.
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