Identificada pela primeira vez no Brasil em 2001, a ferrugem da soja – ou ferrugem asiática, como também é conhecida – causou prejuízos aos sojicultores de todo o país ao longo dos anos. Segundo dados da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), o problema resulta em um prejuízo de US$2 bilhões no Brasil.
A ferrugem da soja é uma condição tão destrutiva que chega a comprometer 20% da receita anual produzida pelas lavouras em território nacional. E mais: quando não são tomadas ações adequadas de controle, a lavoura pode apresentar perdas de até 90% na produtividade.
Diante de um inimigo tão perigoso, é preciso adotar ações preventivas e corretivas para evitar e mitigar a condição. Continue a leitura e saiba mais!
O que é ferrugem da soja?
Considerada uma das doenças com maior poder destrutivo na cultura, a ferrugem da soja é uma doença causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. O patógeno é capaz de se desenvolver em diferentes condições climáticas, especialmente na faixa de temperatura de 15 a 28°C.
O molhamento foliar de 6 a 12 horas também é uma prática que favorece a contaminação pelo fungo. Seus esporos são leves e fáceis de serem disseminados pelo ar, fazendo com que o patógeno esteja amplamente presente em regiões com produção de soja.
A penetração ocorre diretamente através da cutícula, sem a necessidade de abertura de estômatos ou ferimentos. Dessa forma, a infecção se caracteriza por ser mais eficiente, rápida e fácil em comparação com os demais tipos de ferrugens.
Quais são os sintomas da doença?
A identificação precoce é fundamental para que tomar medidas de controle rápidas e evitar que o fungo se prolifere ainda mais pela cultura da soja. Para isso, é importante observar os sintomas característicos desse tipo de ferrugem.
Eles podem aparecer em qualquer estágio de desenvolvimento da planta, embora sejam mais comuns a partir da fase de fechamento do dossel, devido a formação de um microclima favorável.
Nos estágios iniciais, as lesões causadas pela ferrugem da soja apresentam uma coloração verde-acinzentada e são identificadas por meio de pequenos pontos escuros na parte superior da folha e pequenas verrugas na parte inferior. As lesões são angulares e delimitadas pelas nervuras, podendo surgir em diferentes partes da planta, sendo mais comuns nas folhas.
Com a progressão da doença, as pontuações apresentam-se em tons de castanho-escuro. Já o tecido foliar fica castanho-claro e com um aspecto enferrujado, responsável pela origem do nome da doença.
A ferrugem asiática causa desfolha precoce nas plantas infectadas, o que compromete a formação de grãos e o enchimento de vagens. Consequentemente, há perda de produtividade devido ao menor peso final dos grãos.
Como combater a ferrugem da soja?
O combate à ferrugem da soja tem uma difícil missão para muitos produtores, já que o fungo tem se tornado cada vez mais resistente aos principais tipos de tratamento. No entanto, ainda existem métodos bastante eficientes para evitar e combater a doença. Saiba o que você pode fazer!
Utilize fungicidas eficientes
Atualmente, os fungicidas multissítios têm demonstrado maior eficiência para combater a ferrugem da soja. Com mecanismos de ação diferenciados, eles devem ser aplicados junto com os fungicidas de sítio específicos para apresentarem uma boa eficiência. Para evitar que o fungo crie resistência, é sempre importante realizar o rodízio de produtos, ingredientes ativos, além de seguir as doses recomendadas na bula.
Faça a semeadura no início da época recomendada
A semeadura tardia também implica no desenvolvimento tardio da lavoura, aumentando a possibilidade da doença atingir a lavoura nos estágios iniciais. Por isso, siga o calendário agrícola e prepare o solo para realizar o plantio no início da época recomendada.
Pratique o vazio sanitário
O vazio sanitário é considerado uma das principais técnicas de manejo natural da ferrugem asiática. Esse método é caracterizado por um período de 60 a 90 dias sem plantio no campo. Ele é especialmente importante para evitar plantas presentes no talhão em períodos entressafras que podem servir como hospedeiras para o fungo.
Realize a rotação de culturas
A rotação de culturas tem efeito semelhante ao vazio sanitário, pois reduz as chances de sobrevivência do patógeno em culturas que não são hospedeiras do fungo, como o milho, por exemplo. Essa é uma importante prática do Manejo Integrado de Pragas que permite combater doenças de forma sustentável.
Prefira cultivares resistentes
Como o fungo tem alto poder de variabilidade e adaptabilidade, o recomendado é optar por cultivares tolerantes e resistentes. A variedade BRS 511, da Embrapa, é considerada uma das melhores atualmente, e foi desenvolvida com o objetivo de retardar o avanço da ferrugem na soja.
Considere o uso de fertilizantes organominerais
Os fertilizantes organominerais promovem uma série de benefícios ao solo e ao desenvolvimento das plantas, tornando-a mais fortes e resistentes contra pragas e doenças. Ou seja, é uma forma de manejo natural e sustentável para evitar o aparecimento da ferrugem da soja, além de contribuir para melhor formação de vagens e grãos, aumento da massa dos grãos, maior porte da planta e aumento na produtividade.
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