O Brasil é um dos maiores produtores de lixo industrial em todo o mundo. Somente no estado de São Paulo, são cerca de 21 milhões de toneladas produzidas todos os anos, segundo dados da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Paulo (CETESB).
O grande problema é que as indústrias não dão a devida atenção à destinação do lixo produzido e acabam realizando o descarte de forma irregular. Para se ter uma ideia, 47% de todo o lixo industrial produzido no estado de São Paulo não recebe o tratamento adequado, de acordo com a CETESB.
Mas afinal, qual é o destino correto para os diferentes tipos de resíduos gerados pelas indústrias? Continue a leitura e saiba mais!
Dentre todos os tipos de lixo, os resíduos industriais representam a maior ameaça para a preservação ambiental. O descarte inadequado pode causar grave desequilíbrio ambiental, sendo responsável por afetar o solo, a água, o ar e até mesmo a saúde humana. Entenda melhor os impactos do lixo industrial no meio ambiente:
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) regula resíduos por meio da norma NBR 10.004, que classifica os tipos de resíduos conforme as suas reações. Basicamente, os resíduos industriais são divididos em 3 classes.
A Classe 1 inclui os lixos contaminantes e tóxicos, os quais podem causar graves riscos à saúde para quem sofre exposição, além de afetar o meio ambiente. Os perigos – tanto para a saúde humana quanto para o meio ambiente – estão relacionados aos resíduos que possuem metais pesados em sua composição, como pesticidas, solventes, tintas e graxas.
Os resíduos da Classe 2 são possivelmente contaminantes, ou seja, podem ser perigosos para a saúde humana e para o meio ambiente, dependendo da forma que são descartados. Como exemplo, podemos citar restos da indústria alimentícia, fibras de vidro, resíduos de limpeza de caldeiras e lodos provenientes de filtros. É importante ressaltar que os resíduos da classe 2 são divididos entre A (resíduos não inertes) e B (resíduos inertes).
Por fim, os resíduos da Classe 3 são classificados como não contaminantes e não representam perigo para o meio ambiente ou para os seres humanos. Apesar disso, muitos resíduos dessa categoria não se degradam facilmente no solo. Restos de madeira e sucata são alguns exemplos.
Como os resíduos recebem diferentes classificações, é preciso descartá-los de maneira correta para que cada tipo de lixo receba o destino mais adequado, visando o menor impacto ambiental possível. Confira alguns modos de descarte para os diferentes tipos de lixo industrial!
O coprocessamento utiliza resíduos como combustível para fornos industriais usados na produção de cimento. Basicamente, todos os resíduos podem ser destinados ao coprocessamento, já que a alta temperatura da chama, o tempo de residência dos gases, turbulência no interior do forno são capazes de destruir os resíduos perigosos de maneira segura.
A incineração é uma alternativa para o lixo industrial de classe 1, principalmente resíduos corrosivos, reativos, tóxicos, inflamáveis ou patogênicos. O processo reduz os resíduos a gases e materiais inertes através da queima controlada, diminuindo os riscos de contaminação do material. Contudo, esse método só deve ser realizado por empresas que oferecem um um sistema complexo e avançado de tratamento dos gases resultantes, para que não haja nenhum tipo de dano à atmosfera.
Os aterros industriais podem ser utilizados como descarte para os resíduos de classe 1. No entanto, é preciso cumprir algumas regras, como contar com dupla impermeabilização e possuir uma manta sintética colocada sobre uma camada de argila compacta. Essas etapas são necessárias para que o aterramento seja feito de forma a ser impermeável e não represente riscos de contaminação para o meio ambiente.
Como não são contaminantes, os resíduos da classe 3 podem ser destinados à reciclagem. É interessante que as indústrias façam parcerias com cooperativas ou empresas licenciadas. Essa é uma forma de garantir que os resíduos serão utilizados de forma eficiente como matéria-prima para a fabricação de novos produtos.
A compostagem é um processo que utiliza resíduos da classe 2 – além de resíduos animais e vegetais – como matéria-prima para a produção de fertilizantes orgânicos e organominerais. Basicamente, a compostagem é realizada em quatro etapas: disposição dos resíduos em leiras, aeração por revolvimento, desprendimento de calor e empilhamento. Ao final do processo, é possível ter o produto já estabilizado, podendo ser beneficiado no caso dos organominerais, com condições de retornar ao meio ambiente. A compostagem é considerada uma alternativa sustentável e segura sendo capaz de trazer diversos benefícios para o solo e para o meio ambiente.
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