A superexploração dos recursos naturais pela agroindústria é um problema ambiental de ordem global que afeta, significativamente, a preservação do meio ambiente para as próximas gerações. O impacto ambiental causado pelo agronegócio também é prejudicial para as próprias atividades do setor, já que problemas como a compactação do solo e falta de água afetam a produtividade agrícola.
Buscar alternativas para promover uma agricultura mais sustentável – e ao mesmo tempo economicamente viável – deve ser um objetivo de todos os produtores da agroindústria. Aliando práticas sustentáveis e eficientes, é possível manter ou até mesmo maximizar a produção, melhorando a qualidade das lavouras e contribuindo com a preservação ambiental.
Neste artigo, você irá conferir 5 dicas para reduzir os impactos ambientais da agroindústria e promover a preservação dos recursos naturais. Acompanhe!
O impacto ambiental da agricultura envolve uma variedade de fatores diferentes: o solo , a água, o ar, a diversidade animal, as pessoas, as plantas e o próprio alimento. Todos esses fatores fazem com que a agricultura seja responsável por contribuir com um número maior de questões ambientais que causam degradação ambiental.
Mudanças climáticas, desmatamento, perda de biodiversidade, zonas mortas, degradação do solo e poluição são alguns dos maiores exemplos de como a agroindústria afeta o meio ambiente. Muitos produtores não imaginam que atividades simples e cotidianas na lavoura ou na criação de gado podem causar impactos ambientais negativos.
Por isso, elencamos as principais práticas do agronegócio que podem afetar o meio ambiente. Confira!
Em todo o mundo, a agricultura é responsável por 70% do consumo humano de água doce. Grande parte dessa água é redirecionada para as terras agrícolas por meio de esquemas de irrigação de vários tipos.
Pesquisadores e agricultores estão se tornando cada vez mais conscientes das consequências desse desvio em grande escala de água doce. Uma das consequências mais óbvias é o esgotamento dos aquíferos, sistemas fluviais e águas subterrâneas a jusante.
No entanto, há uma série de outros efeitos negativos relacionados à irrigação. As áreas podem ficar encharcadas, criando condições de solo que envenenam as raízes das plantas por meio da decomposição anaeróbica.
A irrigação excessiva também pode causar drenagem profunda dos lençóis freáticos em elevação, o que pode levar a problemas de salinidade da irrigação, exigindo o controle do lençol freático por alguma forma de drenagem subterrânea da terra. Por outro lado, se o solo for pouco irrigado, o controle da salinidade é deficiente, o que leva ao aumento da salinidade com o consequente acúmulo de substâncias tóxicas.
Uma enorme quantidade de território agrícola é usada como pastagem para gado e outros animais. A pecuária agrícola é responsável por uma grande proporção das emissões globais de gases poluentes de efeito estufa, principalmente o metano. Além disso, o sobrepastoreio é um grande problema em relação à sustentabilidade ambiental.
Em alguns lugares, extensões de terra forrageira são consumidas tão extensivamente que as gramíneas são incapazes de se regenerar. Os sistemas radiculares da vegetação nativa podem ser tão danificados que as espécies morrem. Perto de leitos de córregos onde o gado se concentra, a combinação de sobrepastoreio e dejetos fecais pode contaminar ou comprometer os mananciais.
O gado e outros grandes animais de pastoreio podem até danificar o solo pisando nele. Terras nuas e compactadas podem causar erosão do solo e destruição da qualidade do solo superficial devido ao escoamento de nutrientes. Esses e outros impactos podem desestabilizar uma variedade de ecossistemas frágeis.
Os fertilizantes sintéticos contendo nitrogênio e fósforo estão no centro da intensificação da agricultura desde a Segunda Guerra Mundial até os dias atuais. A agricultura moderna tornou-se fortemente dependente desses insumos químicos.
Embora esses produtos químicos tenham ajudado a dobrar a taxa de produção de alimentos, eles também ajudaram a provocar um aumento gigantesco dos níveis de nitrogênio reativo em todo o meio ambiente.
Depois que as bactérias do solo convertem o nitrogênio do fertilizante em nitratos, as águas das chuvas ou dos sistemas de irrigação carregam essas toxinas para os sistemas de águas subterrâneas e pluviais. O nitrogênio e o fósforo acumulados prejudicam os ecossistemas terrestres e aquáticos ao carregá-los com muitos nutrientes, um processo conhecido como eutrofização.
A poluição por nutrientes é um fator causal na proliferação de algas tóxicas que afetam lagos e rios. À medida que quantidades excessivas de matéria orgânica se decompõem em ambientes aquáticos, elas podem causar esgotamento de oxigênio e criar “zonas mortas” dentro de corpos de água.
Por fim, o acúmulo de nitrogênio na água e na terra ameaça a biodiversidade e a saúde de espécies de plantas nativas e habitats naturais. Além disso, a aplicação de fertilizantes no solo leva à formação e liberação de óxido nitroso, um dos gases de efeito estufa mais nocivos.
Por mais que pareçam inofensivos, os resíduos animais e vegetais da agroindústria podem acabar ocasionando problemas ao meio ambiente. A contaminação do solo, poluição da água ou transmissão de doenças são alguns dos impactos que o descarte incorreto de resíduos pode ocasionar ao equilíbrio ambiental.
É muito comum que restos de colheita, palhas, estrume, entre outros resíduos orgânicos que são produzidos na área agrícola sejam deixados no próprio solo. No entanto, esses resíduos representam uma grave ameaça à saúde do solo, aumentando o risco de tornar terras que antes eram férteis em terras inapropriadas para a produção agrícola.
A decomposição desses materiais resulta na produção de chorume, um líquido com grande potencial poluente, uma vez que apresenta baixa baixa biodegradabilidade e possui metais pesados em sua poluição.
Diretamente, o líquido contamina o solo no local em que é formado. Posteriormente, ele acaba penetrando no solo e contaminando os lençóis freáticos. Com a movimentação dos cursos de água e a ação da chuva, o chorume pode dispersar-se e ser transportado superficialmente, contaminando águas superficiais que, muitas vezes, são utilizadas para abastecimento da população, irrigação de plantações e outras finalidades.
Existe uma série de práticas, métodos e estratégias que podem ser adotados pela agroindústria com o objetivo de reduzir impacto ambientais. Cada produtor deve fazer uma análise das principais atividades praticidade em sua propriedade para avaliar as melhores ações a serem adotadas.
Abaixo, listamos algumas dicas que podem te ajudar. Confira!
A água é um recurso que tem se tornado cada vez mais limitado. No Brasil, como o agronegócio é responsável pelo consumo de cerca de 70% da água tratada, é preciso buscar alternativas para uma gestão mais eficiente da irrigação agrícola. Algumas práticas podem promover o uso da água de maneira mais responsável sem comprometer a produtividade, como:
A agroindústria utiliza combustíveis fósseis para realizar diversas atividades relacionadas ao setor. Nesse sentido, maximizar a eficiência energética e abandonar os combustíveis fósseis são passos importantes para que os produtores possam reduzir os impactos ambientais, principalmente a emissão de gases poluentes e prejudiciais ao efeito estufa.
Isso pode incluir a produção de energia renovável nas fazendas, como painéis solares e turbinas eólicas, minimizando o uso de fertilizantes e pesticidas químicos e reduzindo a dependência de insumos de combustíveis fósseis para a agricultura, armazenamento e transporte de safras.
A degradação do solo pelo excesso de plantações acabam reduzindo a quantidade de nutrientes disponíveis e provocando a redução da fertilidade do solo. Além de comprometer a produtividade agrícola, ainda há risco de haver erosão, compactação e outros problemas que reduzem sua capacidade produtiva.
Plantadas para proteger o solo que de outra forma ficaria exposto, as culturas de cobertura oferecem uma grande variedade de benefícios ao solo, como: redução das ervas daninhas, aumento da fertilidade e da matéria orgânica, prevenção da erosão e compactação, retenção da umidade, favorecimento de um ambiente natural para microorganismos, dentre outros.
Uma pesquisa de 2012 com 750 agricultores conduzida pela North Central Sustainable Agriculture Research and Education descobriu que as áreas plantadas com safras de cobertura eram 11 a 14% mais produtivas do que as áreas convencionais durante os anos de seca.
Os fertilizantes químicos utilizados em larga escala na agroindústria também podem causar graves impactos ambientais. Apesar de a prática ser considerada uma resposta imediata para a correção de problemas de fertilidade, a longo prazo os fertilizantes podem impactar a qualidade do solo, água, ar e até mesmo a saúde humana.
Uma alternativa eficiente seria investir em fertilizantes organominerais, insumos produzidos a partir da compostagem da matéria orgânica e acrescidos com uma fração de nutrientes minerais. Esses fertilizantes promovem melhorias significativas nas características físicas, químicas e biológicas do solo sem causar nenhum dano ambiental, além de proporcionarem benefícios como:
Para evitar que isso aconteça, é preciso encontrar alternativas eficazes para o descarte correto dos resíduos, como a compostagem. Nessa técnica, os resíduos – como restos de lavoura, esterco, folhas, cama de aviário, etc – passam por um tratamento adequado e voltam como fertilizantes orgânicos ou organominerais prontos e estabilizados para serem utilizados na adubação das áreas agrícolas.
Além de oferecer o destino adequado ao descarte de resíduos, os organominerais provenientes da compostagem ainda reduzem a necessidade de aplicação de adubos minerais e extração de matéria-prima para sua elaboração.
Além de evitar a contaminação do solo, os resíduos destinados à compostagem e transformados em novos produtos trazem importantes benefícios para o meio ambiente e para o próprio solo, como melhoria da fertilidade e capacidade produtiva, maior porosidade, melhoria na estrutura e aeração do solo, favorecimento da atividade microbiológica, dentre outros.
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