A pecuária sustentável é uma prática que deve ser observada pelos produtores rurais de gado como uma alternativa para aumentar a competitividade diante das novas tendências do mercado. A produção que preza pela sustentabilidade já se destaca como uma necessidade atual e deve se tornar ainda mais relevante em um futuro próximo.
A produção animal responde por graves impactos ambientais que precisam ser reavaliados para não comprometer o uso de recursos naturais e o desenvolvimento das gerações futuras. Atualmente, a pecuária é responsável por cerca de 18% das emissões globais de gases que aumentam o efeito estufa, além de ser uma grande causadora da perda de biodiversidade, compactação do solo e poluição da água.
A pecuária sustentável pode ser definida como o processo de produção que tem como objetivo principal alcançar a eficiência produtiva do rebanho. Para isso, são necessárias boas práticas que, de maneira geral, visam o aumento da rentabilidade, redução das perdas e impactos ambientais, otimização do manejo das pastagens e melhor aproveitamento dos recursos naturais.
O mercado global já tem demonstrado um movimento na busca por uma pecuária sustentável em toda a cadeia produtiva do setor. Seja para a produção de carne ou leite, a tendência da sustentabilidade é um caminho que deve ser seguido por pecuaristas que desejam manter a competitividade no mercado pelos próximos anos e décadas.
A pecuária sustentável apresenta mais vantagens sob o ponto de vista ambiental, social e econômico, contribuindo para criar benefícios ao meio ambiente, aos animais e aos produtores. Ao investir nessa prática, é possível obter diversos benefícios, como:
• preservação dos recursos naturais;
• redução na emissão de CO2;
• aumento no bem-estar dos animais;
• redução de perdas nos sistemas de produção;
• produção de carne e leite com maior qualidade;
• aumento da capacidade de suporte da pastagem.
A pecuária sustentável depende de uma série de fatores que devem garantir a preservação dos recursos naturais e reduzir os impactos ambientais causados pela criação de gado. Abaixo, apresentamos algumas alternativas que contribuem com essa prática.
As enzimas são cada vez mais reconhecidas como ferramentas verdadeiramente essenciais para a produção animal sustentável. Eles têm um impacto direto significativo na melhoria da digestibilidade de proteínas e carboidratos, extraindo mais nutrição das matérias-primas existentes, ajudando a reduzir a dependência da indústria da soja insustentável, permitindo o maior uso de matérias-primas locais para rações. Além disso, melhora a digestibilidade dos alimentos e reduz a taxa de conversão alimentar, o que significa que menos alimento é necessário para produzir uma unidade de carne.
As queimadas ainda são um dos principais métodos para criar novas áreas de pastagens, mas por que não promover a recuperação de pastagens degradadas e, assim, evitar os impactos ambientais das queimadas? Recuperar os solos de pastagens antigas é uma excelente alternativa para eliminar a necessidade de novas áreas para o gado e, por isso, também deve ser considerada. A Embrapa possui um material completo sobre as técnicas de recuperação; você pode acessá-lo clicando aqui.
Em propriedades com lagos e nascentes, é importante não deixar o gado ter acesso direto à água. Eles podem levar dejetos que contaminam a água e desencadear alterações no ecossistema local. O ideal é utilizar bebedouros para evitar possíveis impactos ambientais, além de oferecer água de qualidade e adequada para a saúde dos animais.
A Integração Lavoura-Pecuária é um sistema que combina atividades agrícolas e pecuárias na mesma área. O processo ocorre de forma integrada através de um modelo de rotação ou sucessão entre elas. A integração permite importantes benefícios para o meio ambiente e para o pecuarista, como reduzir impactos sobre recursos ambientais, diminuir a degradação do solo, garantir maior economia na recuperação e renovação de pastagens, reduzir a necessidade de criação de novas áreas para pastagens, dentre outros.
O estrume é importante para a saúde do solo, mas também é uma fonte de liberação de fósforo e nitrogênio para o meio ambiente. Se muito fósforo for aplicado à terra por meio da aplicação de estrume, ele pode permanecer no solo por anos, uma vez que a absorção pelas plantas pode ser um processo relativamente lento.
Isso significa que o estrume deve ser aplicado com moderação, ou que mais terra é necessária para eliminá-lo, a fim de garantir que os níveis de fósforo no solo não se tornem muito altos. Níveis excessivos de fósforo comprometem a capacidade do solo de retê-lo com o objetivo de apoiar o crescimento das plantas e, consequentemente, o fósforo excedente é lixiviado para o lençol freático. Dessa forma, o estrume não tratado pode contaminar o solo e a água, além de ser emissor de gases poluentes.
A compostagem é uma técnica que promove a transformação da matéria orgânica em produtos estabilizados e prontos para retornar ao meio ambiente. Como maior exemplo, temos os fertilizantes orgânicos e organominerais, que aliam produtividade e sustentabilidade à produção agrícola.
O estrume do gado é uma excelente matéria-prima para ser utilizada no processo de compostagem. Ao oferecer a destinação correta a esses resíduos, você já estará contribuindo para uma pecuária mais sustentável, uma vez que irá evitar os perigos do estrume para o meio ambiente citados no tópico anterior.
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