Poluição do solo: como a agricultura contribui com essa prática?

A agricultura é o principal pilar da economia brasileira e uma atividade essencial para a produção de alimentos no mundo todo. Apesar de ser indispensável à sobrevivência humana, as práticas agrícolas têm aumentado a poluição do solo e comprometido a qualidade e quantidade da produção ao redor do globo.

Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), há uma grande preocupação em relação ao aumento da degradação dos solos, a nível mundial, devido às práticas inadequadas de manuseamento da terra. De acordo com dados da instituição, aproximadamente 33% dos solos globais já estão degradados.

Identificar as principais causas da poluição do solo e buscar soluções para minimizá-las é uma missão que deve ser colocada em prática por todos os produtores. Saiba mais a seguir!

Principais causas da poluição do solo

De acordo com um estudo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, a agricultura é uma das atividades causadoras de maior impacto ambiental no mundo todo. Confira os principais motivos da poluição do solo causada por esse setor:

Fertilizantes químicos

Os fertilizantes químicos são utilizados em larga escala na agricultura nacional e mundial. O grande problema é que o uso indiscriminado desses insumos acaba contaminando o solo com impurezas e/ou com sobrecarga de nutrientes, o que causa desequilíbrio na composição natural do solo.

Além disso, os fertilizantes químicos também podem ter alguns metais pesados, como chumbo e cádmio. Em contato com o solo, os metais aumentam a toxicidade, sendo um grande perigo para as plantações. Esses poluentes, ainda, são arrastados posteriormente com a água das chuvas, se infiltrando no solo ou adentrando em lençóis freáticos e mananciais, poluindo também os cursos d’água.

Agrotóxicos

Herbicidas, pesticidas e inseticidas também são muito usados na atividade agrícola. Por mais que evitem pragas e doenças nas lavouras, essas substâncias são absorvidas pelo solo e acabam contaminando as plantas. O consumo posterior desses vegetais ainda pode trazer sérios perigos à saúde humana e animal. Por fim, a longo prazo, os defensivos agrícolas ocasionam a redução da fertilidade do solo contaminado.

Cultivo intensivo

O cultivo intensivo também é uma prática que contribui, significativamente, para a degradação e poluição do solo. Essa prática afeta a estrutura original do solo, tanto em níveis de poros quanto na densidade, podendo resultar na perda total ou parcial da fertilidade desta terra. Ainda pode haver outras consequências, como aceleração do processo de erosão do, maior sequestro de carbono, redução da capacidade de uso da terra e de recursos hídricos, dentre outros.

Resíduos sólidos

Sacos de fertilizantes e de adubo, restos de colheita, palhas, estrume, entre outros resíduos que são produzidos na área agrícola representam uma grave ameaça à saúde do solo, aumentando o risco de tornar terras que antes eram férteis em terras inapropriadas para a produção agrícola. Além disso, há o risco de poluição da água e dos lençóis freáticos devido à infiltração dos resíduos no solo.

Os perigos da poluição do solo

Em termos econômicos, os malefícios causados pela agricultura em relação à poluição do solo voltam para os próprios produtores, que podem ter a qualidade e lucratividade de suas lavouras comprometidas. Além disso, há impactos diretos para o meio ambiente e para a saúde humana. Dentre as principais consequências, podemos citar

• Redução de fertilidade do solo;
• Aumento de sua erodibilidade;
• Perda de nutrientes;
• Desequilíbrio ecológico;
• Aumento da salinidade;
• Redução da vegetação;
• Problemas de saúde pública;
• Liberação de gases poluentes;
• Entupimento de encanamentos;
• Contaminação de alimentos;
• Desertificação.

Soluções para reduzir os impactos ao solo

A adoção de práticas sustentáveis na agricultura é uma medida urgente e necessária para preservar a capacidade fértil do solo e a produção de alimentos em todo o mundo. Para isso, os agricultores devem ter a missão de reduzir os impactos ambientais causados pela atividade agrícola e buscar alternativas viáveis para garantir uma produção sustentável e viável economicamente. Nesse sentido, algumas ações que podem ser adotadas são:

• Uso de biofertilizates ou fertilizantes organominerais: por terem grande quantidade de matéria orgânica e uma fração mineral equilibrada, esses fertilizantes ajudam a recuperar a fertilidade do solo e, muitas vezes, resultam em lavouras mais produtivas e rentáveis em comparação com o uso de fertilizantes químicos.
• Defensivos biológicos: defensivos agrícolas biológicos utilizam microrganismos vivos para combater pragas e doenças. Os microrganismos são captados no próprio meio ambiente e desenvolvidos em laboratórios. A vantagem é que o uso de biológicos não desequilibram o meio ambiente e o produtor pode fazer um manejo mais seletivo.
• Tratamento de resíduos: muitos resíduos agrícolas podem ser tratados por meio do processo de compostagem. Essa prática utiliza um conjunto de técnicas para estimular a decomposição de materiais orgânicos por microrganismos aeróbicos, com o objetivo de obter um produto estável e pronto para retornar ao meio ambiente. Os maiores exemplos são os fertilizantes orgânicos e organominerais.

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